sexta-feira, 20 de setembro de 2013

EUCALIPTO, LENHA NA FOGUEIRA


Vale a pena plantar por aqui? E os existentes, cortamos ou deixamos? O que fazer... quanto vale? Quanto custa?

Numa exploração agrícola, aqueles que tem terra , que a exploram, e precisam ter renda ou necessitam de lenha, é um item a ser considerado na atividade. Sem falar no mel.

Aqueles que tem terra e esta já está valorizada para fins imobiliários, seja virar sítio, condomínio ecológico, ou ser loteada, o eucalipto é um problema. Desvaloriza a terra por vários motivos: seu porte imenso deixa toda a mata menor, inclusive o terreno parecerá diminuído; sombreia demasiadamente o terreno, prejudicando a insolação e vista das casas; seu corte faz um estrago na mata circundante e suas raizes remanescentes representam custo e problema para as obras futuras.



Aqueles que optam por ele para especular, ou seja limpar o mato esperando a hora de lotear, que façam isto com outra espécie ou atividade: banana, pomares, pasto , acácia negra. Porque o que ele gera de renda não compensará o custo de sua remoção total, como dito acima. Parcerias com produtores vizinhos, que plantem o que se produz na região é a forma mais sustentável de manter a área e a cultura, a paisagem.

Onde quer que se vá em Garopaba, seja no Siriú ou no Macacu, na Praia da Silveira ou da Ferrugem, na Ressacada ou Encantada, na Grama ou Campo Duna, no Ambrósio, e também nas áreas já densamente povoadas, vemos o eucalipto reinando, dominando a natureza original. Guapuruvus que deveriam ser a espécie que se destaca, cada vez menos presentes. Parecem curativos, bandagens na mata. São feridas...

Se limpa a pretexto de evitar problemas com o meio ambiente, e se coloca um gadinho, se planta cana e , quando se acha muito dificultoso cuidar, planta uns eucaliptos. Tudo isto se faz, há décadas em todo este nosso Brasil. E todos assistimos. A legislação favorece , com razão, o agricultor que produz, e penaliza aquele que conservou. Sou agrônomo de formação, o primeiro a entender a necessidade deste agricultor. Quem quiser preservar e futuramente lotear, o ideal é procurar os órgãos ambientais e se assessorar, manejar a mata com um projeto em vista. Está valendo muito a terra em Garopaba, desde que sem passivo ambiental.

Temos que enxergar Garopaba como uma paisagem constituída de espécies nativas, de uma cultura rica de saber-fazeres rurais, de um paraíso onde a natureza é a alavanca dos negócios, do valor da terra e da sua gente.

Portanto, sendo mais claro, caso já não tenha o sido, derrubemos os eucaliptos. Qualquer coisa é melhor do que ele. Mas uma substituição planejada é aconselhável. Valerá muito mais estas terras com pequenas lavouras , cerca elétrica no pasto, mandioca e cana, alambiques e moinhos, carros de boi e uma juntas de boi manso pastando no costado da estrada. E umas lojas na frente das casas vendendo doces, biscoitos e farinha.  Não tem vivente que não se apaixone.

Derrubar os eucaliptos é emblemático.

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