domingo, 7 de abril de 2013

TEMPO: O MELHOR PAISAGISTA


Podemos fazer paisagens como as do Oudolf, mas se não temos material nativo para adquirir e não queremos gastar muito....Existe em cada grama de solo uma imensidade de espécies, aguardando as  condições de germinar. 

Ao sombrear, fertilizar, aumentar a matéria orgânica, repousar o terreno, criamos as condições para que germinem. E tem aquelas que vem igual, mesmo cortando a grama a cada 7 dias.








Com este manancial de espécies, com tempo e observação, pode-se conduzir o jardim para uma paisagem natural. Maria-mole, carqueja, verbenas, caraguatás, macela, alecrim do campo, azedinhas, pega-pega, capim pampa, macega estaladeira, capim rabo de raposa, e tantas outras. 

Cada região tem as suas pioneiras...e aí , roçando baixo os caminhos e as clareiras (futuro ambiente para um fogo de chão ou playground ou simplesmente um vazio...), vamos desenhando uma miniatura de paisagem. Maciços são bosques, caminhos são rios ou trilhas de animais ou de comunidades autóctones que vivem da natureza, clareiras são os espaços para serem ocupados....


As curvas respeitam e dançam conforme o relevo, e não conforme a prancheta de um gabinete distante...com muita observação e mãos-de-tesoura, vamos esculpindo, brincando,
aprendendo...

Surpresas e brincadeiras nos aguardam, um jardim em constante modificação, como nós, como a vida. Não gostou de uma curva? Surgiu uma planta que merece maior destaque, um
amigo deu uma muda? Faz uma cova e planta, marca para se lembrar, muda o caminho com  a roçadeira se desejar, e o jardim nos ensinando...

E o maior aprendizado, admirar o tempo. Aprender a esperar. Permitir e curtir ser surpreendido...desenvolver a percepção, a atenção....resgatar o ser primitivo e belo que abafamos em nós!


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